quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Inovando as duas rodas

10/08/2009
Bicicletas no ar

Bicicletas no ar

A vida moderna exige novas ideias que permitam tornar útil cada espaço vazio. O designer Dominic Hargreaves é o tipo de cara que sabe aproveitar uma situação, mesmo quando ela não é nada agradável. Após muitas bicicletas roubadas e diante da impossibilidade de ter uma garagem, Dominic encontrou espaço em um lugar um tanto quanto inusitado: no ar.

O designer criou o Bike Lock. Um mecanismo que permite que a bicicleta fique suspensa no ar. É muito fácil de usar. O usuário prende sua bike na engenhoca e ativa um guindaste eletrônico que faz com que ela suba, longe do alcance dos ladrões e cortadores de cadeado. Para descer, é só acionar novamente o guindaste através de um controle remoto. Em casos de lugares públicos, é possível programar um cartão de segurança. Você pode ter um estacionamento em qualquer parede.

Esse projeto foi resposta ao desafio que a Toyota lançou para os estudantes da Royal College of Art. Eles teriam que criar produtos que respondessem à vida urbana moderna. Dominic entendeu a questão e com o Bike Lock foi um dos três vencedores.

The Contortionist dobrada

The Contortionist dobrada

Mas as ideias de Dominic vão mais além. Mostrando que entende do assunto, seu mais novo projeto é uma bicicleta dobrável, a “The Contortionist” (A contorcionista). O modelo é bem diferente dos que estamos acostumados a ver por aí. Para ser mais fácil de dobrar, a roda frontal e traseira são levemente desalinhadas. Possui rodas aro 26, chassi de alumínio e pneus de mountain bike convencionais. E, surpreendentemente, não tem correia. Através de tubos hidráulicos e fluídos, ela funciona com um sistema de transferência de energia. Com esse sistema ela pega embalo, mas o impulso dos pés nos pedais ainda dá uma ajudinha.

The Contortionist

The Contortionist

A contorcionista foi selecionada para o prêmio James Dyson, e há grandes chances de ser comercializada. O designer também criou o “Transporter”, uma mochila que vira patinete em questão de segundos. Embora Dominic só tenha 24 anos, possui ideias incríveis, que permitem economizar espaço, questão fundamental para quem vive nos grandes centros.

Transporter

Transporter

http://abcdesign.com.br/categoria-1/inovando-as-duas-rodas/


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Conquistando Espaço

Luís Perez
Revista Quatro Rodas – 07/2009

No mês passado, 90 motoristas e cobradores de ônibus passaram por uma experiência inusitada. Após assistir a uma palestra, assumiram o guidão de bicicletas. A ideia é que esse primeiro grupo reverbere as orientações de convívio pacífico entre veículos e ciclistas para outros colegas. É uma tarefa árdua: existem 60000 profissionais de transporte na rede municipal. Daqui a 90 dias, o grupo volta a se encontrar para trocar experiências. Apesar de louvável, essa iniciativa é apenas um pequeno passo na direção do objetivo.

Em pouco mais de cinco dias um ciclista é vítima de acidente no trânsito de São Paulo. Em um ano como 2008, significa que 69 pessoas perderam a vida ao usar a bicicleta como meio de transporte. Não é pouco, mas é o menor número nos últimos quatro anos - foram 93 mortes em 2005, 84 em 2006 e 83 em 2007. A tendência de queda é quase um paradoxo diante do pobre histórico de políticas públicas colocadas em prática. A prefeitura alega estar fazendo sua parte e projetando novas ciclovias. Pesquisas indicam que a frota atual de bicicletas é de 3 milhões, a maior parte guardada na garagem dos paulistanos.

Já faz três anos que o governo municipal criou um grupo batizado de Pró-Ciclista, reunindo representantes de vários órgãos, incluindo as secretarias de Transportes e do Verde e Meio Ambiente. Na época, segundo a prefeitura, havia 19 km de ciclovias em parques municipais e resquícios nas avenidas Sumaré e Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste. Hoje existem novos 14,8 km construídos em vias como a Radial Leste e outros 16,1 km em obras. A meta é chegar ao fim de 2012 com mais de 100 km de ciclovias e ciclofaixas construídas. Será um salto significativo em relação aos atuais 33,8 km, mas ainda uma gota no oceano da malha viária paulistana, com seus 15000 km de extensão. "A questão é que não há ciclovias para uso cotidiano, apenas para lazer dentro de parques", afirma Ismael Caetano, presidente do Instituto Parada Vital, ONG que visa desenvolver meios de transporte não-poluentes.

Até esses projetos se concretizarem, quem se aventura a trocar o automóvel por uma bicicleta segue essa expressão ao pé da letra. Enfrentar motoristas nem sempre amistosos é apenas um dos problemas. "Vejo o esforço de alguns motoristas em diminuir a velocidade, abrir espaço para eu passar. Mas há muitos trechos em que é simplesmente impossível trafegar e não há outra saída a não ser ir pela calçada", diz a estilista Juliana Páffaro, 31 anos. Sempre que pode, ela pedala de casa, no Alto de Pinheiros, até sua loja, na Vila Madalena, em um trajeto de 3,3 km. Nos fins de semana, costuma ir ao Parque Ibirapuera, a 10 km de distância, e vê a dura realidade da carência de infraestrutura para as bicicletas. "A ciclovia desaparece, surge um ponto de ônibus no meio do caminho. Ou a calçada não é rebaixada", afirma.

Quem usa a bicicleta diariamente como meio de transporte já se acostumou às tensões do itinerário, como o web designer Rodrigo Tammaro Matioli, 30 anos, que pedala entre as avenidas Rebouças e Luís Carlos Berrini, onde fica seu escritório. "Fora a falta de segurança e de estrutura, o grande problema é não ter onde tomar banho nem onde estacionar a bike", diz. Para ele, a solução foi contar com a ajuda do zelador do prédio, que também é ciclista, e usar o chuveiro dos funcionários antes de entrar no escritório.

DO VOLANTE AO GUIDÃO

Se problemas como estacionamento e vestiário dependem de soluções pontuais, a questão da segurança é responsabilidade do poder público e de qualquer pessoa envolvida com o trânsito. Por outro lado, no setor privado, uma das iniciativas mais bem-sucedidas é o Use­Bike, programa lançado pela Porto Seguro em parceria com a rede de estacionamentos Estapar. Clientes da seguradora podem deixar o carro e alugar uma bicicleta grátis em uma das sete unidades participantes, todas na região da avenida Paulista. Se preferir, pode ir com a própria bicicleta e estacioná-la no local. O programa foi ampliado para estações do metrô e aberto a outros usuários. A primeira hora é grátis e a partir da segunda são cobrados 2 reais por hora. "Para a retirada, é preciso ter uma aprovação no cartão de crédito de 350 reais, como caução", diz Tanyze Marconato, coordenadora de marketing da Porto Seguro.

Segundo ela, a grande inspiração para o projeto foi a experiência de prefeitura de Paris (leia ao lado). Hoje, o UseBike conta com 22 bicicletários em estações de metrô - 15 oferecem o empréstimo de bikes e locais para estacionamento, enquanto outros sete têm locais apropriados para deixá-las presas por correntes. Mais de 7000 pessoas já se cadastraram no programa e fazem, em média, 4000 empréstimos por mês. Iniciativas assim só mostram que as bicicletas vão ocupar cada vez mais espaço no trânsito de São Paulo.

CARÊNCIA NACIONAL

Os paulistanos não estão sozinhos na aventura de trocar o carro pela bicicleta. "A falta de ciclovias e de interligação entre elas se repete em todas as grandes cidades brasileiras", afirma Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira de Monitoramento e Controle Eletrônico de Trânsito (Abramcet), que estima haver no Brasil 60 milhões de bicicletas e só 2500 km de ciclovias. Entre as capitais, o Rio de Janeiro se destaca, com 79 km. Belo Horizonte tem 22 km - metade na Lagoa da Pampulha. Em Porto Alegre, a prefeitura separa uma faixa de trânsito para bikes, mas apenas nos domingos e feriados.

BIKE POPULAR

Há dois anos, Paris criou um programa que se tornou referência na inserção de bicicletas no transporte urbano. A rede do Vélib (corruptela de vélo, que significa bicicleta, e liberté, liberdade) soma 1500 locais e mais de 20000 bicicletas à disposição de qualquer pessoa. Basta ter um cartão de crédito e contratar o serviço por dia (1 euro), semana (5 euros) ou por um ano (29 euros), mais uma garantia de 150 euros. A primeira meia hora de uso é gratuita. A partir de então, paga-se 1 euro para a primeira, 2 euros para a segunda e 4 euros a partir da terceira hora adicional. A bicicleta tem buzina, farol e uma cesta para o transporte de pequenos objetos.

NÚMEROS:

- 33,8 km é a atual rede de ciclovias em São Paulo
- 16,1 km estãoem construção
- 112,9 km têm projeto feito pela prefeitura
- 3 milhões é a frota estimada de bicicletas da capital
- 7000 pessoas estão cadastradas no serviço UseBike do metro
- 22 estações emprestam as bicicletas ou têm bicicletários
- 4000 bicicletas são emprestadas todo mês pelo programa

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Magrelada para Iniciantes !!! 1° Passeio

Sábado, dia 15Ago09 iniciaremos o projeto Magrelas Iniciantes, com passeios curtos, ideal para quem está querendo começar a pedalar e não tem companhia.

Sairemos do Tio Américo às 14h.